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10 ANOS DE DOLLHOUSE, THE TRILOGY TOUR e o FILME DE PORTALS? | Melanie Martinez para a Female Mag

 



Foto: Dimitri Hakke (Getty Images)

10 anos de Dollhouse? 


Isso mesmo que você leu, nesse ano de 2024, Melanie Martinez completa uma década na indústria da música, que começou lá em 2014 com o seu primeiro projeto, o Dollhouse EP. Nessa entrevista, a artista detalha um pouco sobre os sentimentos daquela época e as mudanças que tem sentido nesse espaço de tempo. 

Além do mais, ela falou um pouco sobre sua visão artística enquanto roteirista de seus projetos e a dificuldade em trabalhar na criação de um filme para seu mais recente trabalho (PORTALS). Venha conferir tudo isso e muito mais nessa entrevista traduzida pela nossa equipe:


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ENTREVISTADOR: Já se passaram 10 anos desde que seu primeiro EP “Dollhouse” foi lançado em 2014. 
Olhando para trás uma década depois, o que você pode nos contar sobre as memórias que tem daquela época?

Melanie Martinez: É difícil lembrar o estado mental exato em que eu estava naquela época, porque cresci muito, de todas as maneiras imagináveis e possíveis. Mas eu acho que, naquela época, eu estava apenas me expressando e criando o que eu sentia que era o certo naquele momento, e ainda é isso que faço hoje em dia. 


Quando falamos de seu último videoclipe, Tunnel Vision, ele é fantástico e contém tantas camadas que são metáforas visuais. Você poderia compartilhar um pouco das suas inspirações e quais foram as intenções que impulsionaram essa produção? 


Eu queria me aprofundar no conceito dessa cultura de fanatismo, onde os fãs se sentem no direito de ditar todas essas regras em cima de um artista só porque eles são fãs da sua música. Independentemente da fama ou das pessoas que ouvem as músicas que os artistas lançam, nós, artistas, somos iguais a vocês - seres humanos com emoções e sentimentos. 


Nós não procurávamos por uma plataforma na qual seremos julgados e dissecados, mas sim para compartilhar uma forma artística de nos expressar, que coincidentemente também pudesse ressoar com outras pessoas, fazendo com que tanto nós, artistas, quanto vocês, ouvintes, se sentissem menos sozinhos. 


Você sempre sentiu que seria uma artista com diversos talentos, ou isso se desenvolveu ao decorrer dos anos conforme foi sentido a necessidade de se expressar de uma forma criativa que fosse além de somente a música? 


Acredito que isso se desenvolveu ao longo dos anos a partir da necessidade de mergulhar meu pé em diferentes águas, ser criativa me mantém sã. 


Se você faz apenas uma coisa por muito tempo, isso pode transformar a sua experiência em uma coisa mundana, e eu como pessoa amo trabalhar nisso, não é só uma paixão. É por isso que estou sempre procurando aprender novos jeitos de me expressar. 


Embora suas influências musicais estejam bem documentadas, parece que dirigir também desempenha um papel significativo em sua arte. Quem são alguns dos diretores que moldaram a sua visão? 


Eu nunca prestei muita atenção em cineastas, particularmente, eu não tenho uma ampla gama de influências em minha cabeça, nem sequer muito estudo. No entanto, estou sempre me inspirando em diversos aspectos das artes visuais e do cinema. 


Eu amo muito as escolhas de cores e composição que Wes Anderson usa, também adoro os filmes inspirados nos livros do Dr. Seuss, e aprecio a arte de stop-motion do Jan Svankmajer. Há tantos filmes que me inspiram, e é impossível listá-los todos. Para mim, é o único meio que engloba todas as formas de arte em uma: música, arte, atuação, dança, fotografia, cor, figurino, videografia - artes visuais de todos os tipos. É um belo meio para me expressar! 


Após o sucesso do seu filme musical fantasioso e recheado de horror lançado em 2019, K-12, você tem vontade de fazer outro filme? 


Eu escrevi um roteiro para PORTALS, meu álbum de 2023, e adoraria lançá-lo como um filme, mas isso custa muito dinheiro para se fazer. Em vez disso, decidi me concentrar nos videoclipes e tentar completar a saga fazendo um vídeo para cada música deste álbum, assim como já fiz no passado. 


Não sei se algum dia vou conseguir lançar um filme para PORTALS, mas vou tentar encontrar uma maneira de eventualmente adaptar a história em alguma outra forma de mídia. 


A personagem Crybaby tem sido constantemente a principal responsável pelo decorrer de sua carreira. Como essa personagem evoluiu desde o seu início até o seu recente renascimento? 


À medida que fui crescendo, eu fui mudando, e a Crybaby também. Quando éramos mais jovens, éramos mais ingênuas e sensíveis, mas ao longo dos anos, desenvolvemos uma pele mais grossa e dura graças aos desafios da vida, e isso nos fez ganhar força e obter perseverança. 


Você pode nos contar um pouco sobre o recente lançamento da coleção de perfumes inspirados em PORTALS? Como você criou a embalagem às suas consecutivas quatro fragrâncias? 


Foram anos de trabalho para desenhar e criar o conceito por trás destas fragrâncias. Eu projetei o visual inicial da embalagem da fragrância e em colaboração com um artista 3D para assim darmos vida a ela. 


Também passei muito tempo indo e voltando com notas de edição para que as fragrâncias cheirassem deliciosamente perfeitas. As quatro fragrâncias são baseadas nos quatro elementos. Meu aroma favorito muda todos os dias. Primeiro, foi Paixão Ardente, depois Abundância Terrena, e agora é O Ar da Clareza, mas acaba que Água da Intuição é a que eu uso quase todos os dias. 


Sua próxima turnê mundial, sendo a sua 5ª turnê em geral, se chama The Trilogy Tour, e terá início em maio deste ano, essa é a sua primeira turnê em arena, certo? O que os fãs podem esperar? 


Uma experiência surreal e mágica! Estou trabalhando para criar o melhor show que já fiz, homenageando os meus 10 anos de dedicação e todo o trabalho duro que dei na criação desses três álbuns conceituais. 


Por último, mas não menos importante, há algo sobre a Melanie Martinez que até mesmo seus fãs mais dedicados ainda não sabem? 


Acho intrigante o quanto as pessoas anseiam por informação sobre minha vida, mesmo que eu já tenha compartilhado o suficiente sobre mim e minha vida. Se eu expor tudo sobre mim, não terei mais nada para mim mesma. Compartilhar todos os detalhes sobre os meus interesses pessoais, gostos, crenças, cores e qual é a minha comida favorita não é necessário, essas coisas mudam constantemente. 


Se um dia eu compartilhá-las, as pessoas vão usar essa última informação a qual dei, e usar isso para criticar todo e qualquer mudança ou crescimento que eu enfrentar. Apesar de compartilhar o suficiente com meu público, eles nunca irão me conhecer de verdade; eles só conhecem a imagem que eles mesmos criam de mim. Eu acho isso um pouco chato e triste, mas continuo a viver a minha vida pessoal lindamente de uma forma intensa, complexa, e grata que isso segue sendo apenas minha, quase que de uma forma sagrada.



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FONTE: Female Mag.


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Tradução: sleepyboyeyes

Revisão: kmnnedy



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