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ENTREVISTA: MM3, inspirações e... alienígenas? - Melanie Martinez para a V Magazine (TRADUÇÃO)

Reprodução: littlebodybigheart (Instagram)

Novidades sobre o novo álbum e as fantasias da Melanie com alienígenas, são alguns dos temas dessa nova entrevista, venha conferi-la agora com a tradução na íntegra feita pela equipe do Daily:

"O QUE MELANIE MARTINEZ TEM NO FORNO?
Com o lançamento recente de "The Bakery", a cantora dark-pop ainda está preparando novos mimos.
Melanie Martinez sempre foi um pouco diferente. Agora, o mundo é um pouco diferente. Então, o que acontece quando essas duas anormalidades se cruzam?
Por um lado, músicas novas. Seu EP, After School traz algumas de suas faixas mais íntimas, optando por escrever e cantar sobre experiências pessoais, ao invés das lentes de sua famosa personagem, "Cry Baby". Enquanto o EP permanece sonoramente consistente com o som da marca registrada de Martinez - pop sinistro, algo que um palhaço assustador e incompreendido pode tocar para acordar em sua rotina matinal - o assunto é um olhar mais pessoal sobre as experiências de vida da própria cantora.
As novas músicas chegaram um ano após o lançamento de seu segundo álbum e o filme que o acompanha, K-12. “The Bakery”, uma das faixas do novo EP, tornou-se o vídeo mais popular no YouTube em questão de horas.
Eu conversei com a travessa e brincalhona Martinez no início deste mês para discutir a música, a pandemia e como os alienígenas podem simplesmente vir abduzir a todos nós.
"Me teletransporte, Scotty."

Mathias Rosenzweig: Onde você está?

Melanie Martinez: Estou em Los Angeles. Estive aqui durante toda a pandemia. Eu estou relaxando em minha casa, tentando me manter criativa. Há muita coisa acontecendo, é muito difícil escrever. Ultimamente, sinto que estou tão bloqueada. Mas as coisas visuais e musicais têm sido mais fáceis para mim. 

Que bom que você encontrou maneiras de passar o tempo! Não é fácil ser produtivo agora.

Sim. Estou tentando fazer coisas que não me pressionam muito, também. Tipo bordado, trabalhar com argila, ou pintar coisas que eu gosto. Não há pressão para que eu mostre ao mundo. É só para mim, sabe?

Entendo. Eu estava pensando antes dessa ligação que seria muito interessante conversar com você. Porque você é uma daquelas artistas que criam seu próprio mundo e, embora seja semelhante ao nosso, não é exatamente o mesmo. Como um universo paralelo. E agora estamos realmente vivendo no que parece ser um universo paralelo.

Sim. Quero dizer, no que diz respeito à pandemia e outras coisas, é tão interessante. Eu também tenho pensado nisso. Mesmo apenas assistindo a comerciais e outras coisas. Tudo é assim, voltado para máscaras. Mas eu sinto que planejei muito, os conceitos e outras coisas. O próximo álbum e filme são muito mais existenciais. Eu sinto que o K-12 estava no mundo material, é onde estamos agora, na Terra. Eu sinto que meu próximo álbum e filme são mais existenciais. Eu não quero revelar muito.

Isso parece tão bom. Porque é uma coisa do tipo, quem quer estar na Terra agora? É uma merda aqui.

Eu sei. É onde estou. Meu cérebro está tipo: "Por favor, alienígenas, desçam e nos salvem. Apenas venham e nos ajudem com isso tudo.", sabe?

Eu adoraria que eles viessem e resolvessem essa merda.

Seria incrível. Iria resolver esse problema todo se eles ajudassem.

Nada, mais nada me surpreende mais. Se você me dissesse que um alienígena raptou você e que essa experiência foi a inspiração para seu novo álbum, eu não hesitaria. Eu diria: “Melanie, 100%”.

Então, eu sinto que é tão difícil acreditar que eles não existem. Somos tão pequenos, sabe, no universo. Existem tantos universos. É como se a gente fosse como uma partícula minúscula, sabe.

Bem, presumindo que as novas músicas não foram escritas durante uma experiência com OVNIS, você pode me contar sobre a inspiração por trás disso? De onde você ela vem hoje em dia?

No começo eu pensei que seria um EP mais curto, talvez quatro músicas ou algo assim. E então continuei escrevendo músicas. Acabou sendo sete músicas. A primeira faixa foi em 2017, e a última faixa foi em 2020. Portanto, há alguns anos entre aquelas com tudo que vivi, ou lições que aprendi, e o que estava lidando, mesmo que fosse com o subconsciente, e foi o que aconteceu com uma música, como “Glued” por exemplo. Eu realmente não estava pensando muito sobre a música quando a escrevi. Simplesmente saiu de mim. E então eu examinei depois e pensei: "É exatamente por isso que estou passando." Como aquela lição de apego ou desapego saudável, e sabendo a diferença, lidar com esse tipo de coisa nos relacionamentos. Foram lições realmente pessoais, em oposição a fazer algo através dos olhos da personagem. Foi a primeira vez que eu sentei para escrever músicas sobre as minhas próprias experiências pessoais.

Deve ser um pouco revigorante. Eu sei que você disse antes que escreveu através da personagem porque era mais um desafio. Mas, de certa forma, isso também é realmente desafiador!

Totalmente, sim. Foi um desafio ser vulnerável, honestamente, porque estou muito acostumada a contar uma história por meio da personagem e expressar minhas emoções dentro dela. Ela representa os extremos e a profundidade das minhas emoções. Então, se eu estou brava, ela está muito brava. São as ondas saindo da projeção dessa maneira extrema. Desta vez, foi tão direto. Foi como, “É exatamente assim que me sinto agora”. Foi realmente catártico para mim ser capaz de me expressar livremente e não ter as limitações de um enredo ou personagem que tenho que interpretar. Sabe, é bom poder também ter músicas que posso escrever para mim mesma. Acho que qualquer álbum que eu vá lançar no futuro terá um filme e uma história abrangente. Mas se eu lançar um EP, será mais pessoal. 

É uma boa mudança. E não é como se você estivesse se reinventando completamente ou começando do zero. Não é como “Melanie Martinez está indo para um estilo de música mais tradicional”.

Imagine que o próximo álbum seja um álbum country completo. 

Nunca se sabe... como eu disse, vou acreditar em qualquer coisa. E quanto ao visual? No que você está trabalhando?

Eu escrevi um tratamento de vídeo para outra música do EP, e vai ser o meu clipe favorito se eu conseguir fazê-lo. Ainda estou esperando o orçamento ser aprovado pela gravadora. Eles precisam ter certeza de que estamos economizando dinheiro suficiente para fazer outras coisas. Mas estou super animada com isso. É diferente de qualquer clipe que já fiz. Existe esse aspecto de desempenho. 

Dedos cruzados!

Sim, vamos ver o que acontece. Eu não sei. Mas esse é realmente o único clipe que planejei para o EP. E então eu tenho o próximo filme para, no qual estou na página 50 do roteiro.

Também é muito difícil planejar qualquer coisa agora, de verdade. Até gravar um videoclipe.

Sim, é muito difícil.

Você nunca sabe quais restrições surgirão.

Há tanta coisa que você pode fazer com a pandemia. Mesmo com “The Bakery”, tomamos muitos cuidados. Todo mundo foi testado. Tive que me privar de ter membros do elenco, exceto minha melhor amiga que mora comigo, porque eu não queria colocar nenhum idoso em risco (para interpretar a senhora). Eu fiz com que ela usasse próteses para parecer uma mulher mais velha (risos). Tenho certeza que o próximo clipe também será desafiador, devido ao Corona. Mas espero que possamos superar e então, poder fazer isso. 

Tem sido incrível ver como as pessoas criativas encontraram soluções alternativas este ano.

Sim, isso é criatividade, certo? É como usar as limitações que você tem e fazer algo dar certo. Isso é basicamente o que é ser criativo."

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Confira a entrevista original aqui.
Tradução: Kenny.
Revisão: David, Isa, Ítala e Kenny.

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