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ENTREVISTA: Desafios de criação, EP After School e projetos futuros (TRADUÇÃO)

 

Foto promocional do EP After School remasterizada.

 

Melanie Martinez concedeu mais uma entrevista falando sobre o EP After School na última sexta-feira (25 de setembro de 2020) para o "American Songwriter", dessa vez ela nos conta um pouco sobre os desafios enfrentados durante seu processo de criação - como bloqueios criativos - e sobre suas composições futuras.

Confira a tradução livre da equipe do Melanie Daily Brasil, a seguir:


"Quando vários anos conseguem passar no calendário de um artista, entre um álbum e o outro, a espera pode acabar funcionando bem a seu favor. O resultado depende muito de que tipo de impressão o lançamento anterior deu, quanto tempo os fãs terão de esperar e quão silencioso e / ou enigmático o artista escolherá ser ao longo do caminho. No caso de Melanie Martinez, as respostas a todos os itens acima a deixam com nada além de favor e potencial positivo, levando ao lançamento do novo EP, After School, que é um projeto separado e parte da versão deluxe do criticamente aclamado de Martinez, K-12 (Atlantic, 2019). Apesar do fato do After School ser novo e K-12 - tanto o álbum quanto o filme que o acompanha - ter pouco mais de um ano, os temas subjacentes de cada um não parecem apenas complementares entre si, mas também inteiramente complementares aos assuntos atuais de 2020. É como se ambos os projetos fossem arte reacionária oportuna.

After School em si deixa muito de acordo com o perfil sonoro estabelecido de Martinez - uma cornucópia de tons melódicos, não convencionais e divertidos de instrumentos e fontes que estão bem fora do paradigma pop atual da guitarra e do sintetizador a laser (gotas de água enfáticas, vidro rolando, rabiscos de caneta e virar de páginas, são apenas algumas das facetas intrigantes do design de som do After School). Isso é uma fatia agradável e bem-vinda de reconhecimento dentro da arte pouco ortodoxa de Martinez no novo EP de sete músicas. Além disso, a "narrativa do universo" do álbum continua a se alinhar com o mundo gradualmente construído em torno da personagem de estreia de Martinez, Cry Baby, que anteriormente explorava cenários comuns a espaços do grande público. No entanto, mesmo com tanto abraço de continuidade até agora, Martinez provou ser uma criadora movida a detalhes que não traça o limite de sua criatividade em Easter eggs e macro temáticas. Como tal, há uma abundância de curiosidades que deixam a experiência After School de Martinez como tudo menos um clichê especial.

 

American Songwriter: Vendo que você abraçou a composição com uma temática desde o seu último álbum, com o “After School” sendo lançado como um projeto separado e uma adição especial a nova versão deluxe do K-12, como você sugere que os novos ouvintes escutem o EP?

Melanie Martinez: O EP é muito mais pessoal, e sai um pouco da caixa da personagem “Cry Baby”, o que era algo que eu ainda não tinha feito. Pode ser bastante assustador se mostrar vulnerável nessa forma de composição, depois de só se escrever através da lente de uma personagem.

Você sente que o After School tem um impacto maior quando se é ouvido sozinho ou em sequência com o restante das suas músicas? Você acha que isso afeta a experiência de um ouvinte, seja de uma maneira ou outra?

Acho que se você ouvir o K-12 e depois o After School é uma ótima maneira de ver a evolução dentre ideias e pensamentos, além também do crescimento da minha confiança dentre as músicas.

Levando em consideração que só fez um ano desde que você lançou o K-12, e sabendo que aquele projeto tocou em alguns assuntos bastante reais e questões sociais urgentes, houveram assuntos mais recentes que lhe inspiraram a criar ou moldar alguma música do After School? Se sim, de que forma isso se manifestou no EP? Você se inspirou em algo que está acontecendo no presente?

 Eu acho que este ano abriu os meus olhos ainda mais para esse sistema opressor o qual nos estamos condicionados em habitar, indiferente do campo e área de nossas vidas, e isso me inspirou a compor “Numbers”.

Como você lidou com o bloqueio criativo, quando você estava escrevendo o After School? Agora que a sua música não se entrelaça apenas a um universo bem estruturado, mas também com a sua forma da sua estrutura de composição temática, deve haver momentos em que as restrições do tema escolhido tornam mais difícil sair da linha do que seria com uma abordagem mais livre para a composição?

Sim, isso é verdade, eu de fato me limito às vezes, por ter que ficar tão dentro de um tema. Mas por outro lado, eu sinto que isso me ajuda a me auto desafiar a pensar fora da caixa das minhas ideias inicias, de quando eu começo a reconhecer o potencial de tal conceito. É recompensador quando eu posso levar uma música pra outro lugar quando falo sobre algum assunto o qual eu nunca falei sobre, e mesmo assim, manter o sentido duplo dentro do contexto geral do tema da história.

O quanto, trabalhar tão fortemente com a mídia visual – em ambos os seus clipes quanto no seu filme – influenciam o seu processo criativo como uma artista e uma cantora? É comum pra você imaginar novas músicas com um visual que a acompanhe ao invés de apenas experiência auditiva?

Neste momento eu estou considerando se eu deveria terminar de escrever o script do meu próximo filme e depois compor as músicas do álbum como a trilha sonora dele, ou fazer igual fiz com o K-12, e escrever as músicas primeiro e depois terminar o script. Eu estou bastante conflitada, mas acho que vou trabalhar em ambos de forma simultânea, até que estejam prontos.

Você é uma pessoa que vem trabalhando muito para conquistar as incríveis e vastas oportunidades de criar e se apresentar, as quais agora você tem, como foi para você lançar esse novo projeto em uma realidade física na qual estamos separados, isolados, em um mundo de incertezas devido à essa pandemia?

Com toda certeza é um sentimento diferente, mas ainda sim este sempre foi o meu objetivo, lançar músicas que possam ajudar as pessoas a achar alguma espécie de conforto e cura. Principalmente agora que se parece que mais pessoas estão tento que lidar com tanta coisa em seu cotidiano. Eu espero que este EP lhes traga luz e um momento de recarga de energia para aqueles que ouvirem.

Em que direção você vê a sua composição tomar no futuro? Você se sente contente em continuar a se voltar para essa estrutura conceitualizada em um tema, ou o After School foi um ponto final para este seu método criativo?

Todos os meus álbuns/filmes vão ter um tema, e os meus futuros EP’s provavelmente serão mais pessoais, menos em linha com a personagem, e muito mais sobre demonstrar os meus pensamentos e emoções daquele momento."


Leia a entrevista completa aqui.

Assista ao clipe de "The Bakery" aqui.

 

Tradução: Chris.

Revisão: Isa e Kenny.

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