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Melanie Martinez em entrevista para a Red Bull | TRADUÇÃO



Melanie Martinez concedeu uma entrevista ao Red Bul tcheco em parceria com Klubovna, durante sua passagem pela República Checa pela K-12 tour em 3 de fevereiro (2020). Melanie falou sobre sua carreira artística e até deixou uma mensagem a quem está começando com músicas autorais no final da entrevista. Confira em tradução livre para o português brasileiro, logo a seguir:

Jana: Hoje estou aqui com a Melanie Martinez. Olá, como está?

Melanie: Estou bem e você?

É uma oportunidade incrível pra mim. Estou muito feliz por te conhecer. Amei a decoração, você deixa tudo tão fofo.

Gosto de deixar do meu jeitinho.

É incrível. Então, seu álbum k-12 foi lançado em setembro do ano passado. O álbum foi transformado num filme musical, de onde surgiu a ideia de fazer algo assim? 

Depois que escrevi todo o álbum, coloquei todas as faixas juntas e notei que a história que tinha que contar, poderia ser bem contada se compilasse todos os clipes musicais dentro de um filme. Nunca tinha feito isso, é claro. Sempre quis fazer, mas nunca tive a oportunidade, então sou grata pela gravadora ter permitido, eles me apoiaram muito com toda a experiência.

Como gostou da experiência, planeja continuar nesse rumo no futuro?

Sim, quando começar a trabalhar no meu próximo álbum, vou ver... Não tenho certeza se vou compor o álbum primeiro e depois fazer o filme, ou se vou escrever o filme primeiro e depois ir adicionando as músicas. Não sei ao certo, mas definitivamente quero fazer um filme no futuro com o álbum.

Basicamente fez tudo.

Sim.

E seus vídeos anteriores também foram dessa forma, onde vem todas essas ideias?

Sempre amei a fotografia, desde mais jovem, sempre gostei da ideia de mesclar os visuais com a música, então pensei que seria a oportunidade perfeita de fazer algo que me deixasse orgulhosa, foi uma forma bem longa de visual, então basicamente escrevi um roteiro inteiro para um filme.

Então basicamente você escreveu todo o roteiro do filme?

Sim, comecei com a lista de cenas, tive que descobrir um jeito de combinar as cenas, e então fazer a revisão por um mês, tinha que ficar fazendo de novo e de novo, por causa do orçamento, tínhamos que cortar algumas cenas que eu amava demais e queria manter, mas se eu deixasse seriam umas três horas de filme, ou perto disso.

Dá para notar que o filme é cheio de detalhes, quanto tempo durou a gravação do filme?

Foram trinta e um dias de gravação, só a parte da gravação. A pré-produção foi de um mês em Los Angeles e mais um mês em Budapeste.

De onde vem essas ideias para o filme e ...? [Celular da entrevistadora toca] P***! [Risos].

[Risos].

Me desculpa.

Está tudo bem, não se preocupe com isso.

O filme todo, incluindo a personagem Cry Baby é baseada num tema escolar de magia, ou algo do tipo. Você se inspirou em Harry Potter ou em outra obra que gosta? Algo com magia.

Eu amo magia, é claro. Quem não gosta de magia? A ideia de magia de alguns filmes que gosto, tipo os filmes baseados na obra do Dr. Seuss "O Gato de Cartola", "O Grinch", filmes assim me inspiram, porque é muito vívido a fantasia, no cenário, cabelo, maquiagem, tudo é muito detalhista, amo isso. Sou inspirada por musicais mágicos e arte, surrealismo, amo artes do Mark Ryden, Nicoletta Ceccoli, há essas referências diferentes que me inspiram a criar algo meu, algo mágico.

Conto de fadas. Você participaria de algum outro projeto desse tema? Porque você combina perfeitamente.

Não sei, nunca considerei em ser atriz, nem nada do tipo, nunca me imaginei fazendo isso, mas sabia que a personagem Cry Baby precisava crescer, o universo dela precisava se expandir, isso que trabalhei duro em K-12.

Dá para ver também que a personagem se desenvolveu nos clipes musicais até o filme. Você tem planos para o futuro, de como continuar?

Acho que a personagem vai... Não posso dar nada muito específico, continuará sendo a Cry Baby, a alma dela, ela vai evoluir, se transformar, mudar... Isso é tudo que posso dizer.

Pessoalmente, amo ver que ela está evoluindo.

Obrigada.

Acho que essa é a última parte, será sobre sua experiência sobre o show de talento. Eu li na internet que queria sair da bolha, e embarcar na própria carreira artística, é geralmente difícil continuar com uma carreira depois desses programas.

É bem difícil, especialmente para as pessoas que amam escrever as próprias músicas, estar num programa assim, pode limitar a visão que as pessoas têm de você como artista, eles acham que você é apenas aquilo, depois de participar do programa. Foi difícil para eu assinar com uma gravadora, e ter alguém me levando a sério depois, as pessoas acham que participar me ajudou, mas na verdade, atrapalhou minhas oportunidades. Eu mantive em frente, escrevendo músicas. Se você tiver uma visão forte como artista, se abraçar essa visão e trabalhar, materializando, dando vida a ela, pode acabar mudando a percepção que as pessoas têm de você como artista com o trabalho que você faz.

Acha que esses programas podem destruir a visão artística?

Depende. No meu caso, não me arrependo de nada, porque me ajudou muito a ganhar confiança, estando na TV, provavelmente não conseguiria fazer essa entrevista agora, se não tivesse passado por aquela experiência, porque me ensinou estar na frente da câmera, a dar entrevistas, aprendi tudo isso sendo muito nova. Naquela época não tinha uma visão concreta do que queria fazer, eu só escrevia músicas que eu sentia certo escrever naquele momento, só queria me expressar. Nunca iria num programa assim nesse ponto da minha vida, é claro. Acredito que se tiver uma visão forte, não recomendo a ir num programa, deveria agarrar o que você quer criar, e tentar manifestar isso para si mesmo. É um trabalho duro.

Teria uma mensagem para compartilhar, por exemplo, para as pessoas com músicas autorais?

M: Como comentei antes, procure se identificar como pessoa, quando a gente se descobre, você se cura, pode fazer da sua verdade a versão mais concreta de si, isso vai transmitir para a sua arte, sua música. E nunca deixe ninguém te colocar dentro de uma caixa. Que se f*** toda essa merda. Seja você mesmo!

Obrigada.

Muito obrigada.

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Entrevista original, aqui.

Tradução e revisão: Isa.

Melanie Martinez

© JIMMY PUDA

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