Melanie concedeu ao quadro "The Drop" uma entrevista (13 de maio) de quase meia hora em vídeo diretamente da sua casa com Scott Goldman para o Grammy Museum, eles abrangeram profundamente a visão artística de Melanie Martinez e sua inspirações. Confiram logo a baixo o vídeo com tradução e logo abaixo transcrita na íntegra pela nossa equipe.
"Scott Goldman: Bem-vindos ao "The Drop". Uma série de entrevistas
e performances, criada pelo Grammy Museum.
Eu sou o seu anfitrião, Scott Goldman e a nossa convidada de hoje foi
primeiramente apresentada para o público no "The Voice" em 2012,
estourou em 2015 com seu álbum "Cry Baby", que estreou no TOP 10. Esse
álbum altamente conceituado, nos apresentou a sua alter ego de mesmo nome. No
outono do ano passado, ela levou sua visão sobre a Cry Baby ainda mais a
diante, lançando mais um álbum acompanhado de um filme longa-metragem chamado
"K-12". Melanie Martinez seja bem-vinda ao "The Drop".
Melanie Martinez: Muito obrigada por me receberem aqui, estou muito feliz
por participar.
Nós estamos animados de ter você conosco... mas antes
de começarmos a falar sobre música, filmes, e coisas do tipo, como você está
com essa loucura da quarentena?
Eu venho tentado me manter criativa, compondo música,
trabalhado no roteiro para o meu próximo filme e álbum.
Ótimo. Vamos chegar nisso em alguns minutos. Sabe, eu
li em uma entrevista, onde você estava falando sobre o seu processo criativo e
você falou sobre como você prefere uma abordagem mais solitária, então eu venho
me perguntando, se de alguma forma estranha, a quarentena tem lhe beneficiado.
Sim, eu acho que qualquer artista que se considera
introvertido, como eu, encontrou paz e conforto em estar sozinho e isolado,
sendo capazes de criar em seus respectivos espaços, então tem sido muito bom.
Eu venho aprendendo sobre produção, eu não sou uma produtora, em qualquer
sentido da palavra, mas estou trabalhando nisso. Eu acho que passar mais tempo
com a minha arte e nas diversas coisas que fazem eu me sentir criativamente
satisfeita.
Eu quero falar sobre o álbum e o filme. Vamos meio que
começar com o álbum e depois vamos chegar no filme, ambos são incríveis.
Muito obrigada.
Quero dizer que, não só pelo lado artístico, mas a
profundeza dos temas e problemas os quais você abrangeu e se eu entendi
direito, o álbum veio primeiro.
Sim.
Então, de alguma forma isto lhe propôs o enquadramento
do trabalho.
Isso.
Conte-nos sobre isso.
Então, eu escrevi o álbum primeiro e as músicas foram
vindo, sem uma ordem consciente, foram completamente aleatórias, eu acho que as
músicas que escrevi mais cedo para o K-12 foram: "Lunchbox Friends", “Strawberry
Shortcake", "The Principal", "Detention", acho que
essas foram as primeiras e também "Class Fight". Então foi tudo meio
aleatório, eu meio que sabia que queria permanecer com o tema escola, e
realmente queria demonstrar a vida como se fosse a escola, queria apresentar
como uma versão condensada da vida; de uma certa forma, como nós aprendemos
meio que as mesmas coisas, passamos pelo mesmo tipo de dinâmica com as pessoas
quando ficamos mais velhos, encontramos os mesmos tipos de pessoas que
conhecemos na escola, sabe? Conseguir fazer as coisas se relacionarem nesse
nível para as pessoas. E é isso, sei lá, eventualmente quando o álbum ficou
pronto, eu meio que senti que se eu conseguisse montar isso tudo junto, eu
conseguiria contar uma história mais clara e uma vez que eu consegui juntar
tudo eu fiquei tipo: “Isso está bem claro.” eu tentei escrever um filme, foi a
primeira vez que eu fiz isso, então definitivamente estava me comprometendo com
algo gigantesco.
Sim, eu não tenho dúvidas, eu quero chegar nisso em
alguns minutos, porque é impressionante, com o álbum em si e as músicas, você
fala sobre tópicos bem difíceis, sejam eles: bullying, transtornos alimentares,
predadores sexuais. Esses são tópicos realmente difíceis.
Sim.
Por que isso foi importante pra você, num nível pessoal,
trazer estes temas?
Desde que eu tinha quatorze anos, eu comecei a tocar
violão e compor músicas, eu sabia a partir daquele momento que esse era o meu
propósito na vida, o meu caminho a seguir: falar sobre temas desconfortáveis,
que não são muito tocados dentro da música POP. Então eu meio que queria ver os
diferentes jeitos em que eu podia contar as histórias que pessoas passaram ao
redor do mundo inteiro, sabe? Música é algo muito terapêutico para mim, eu tive
diversos momentos em minha vida que estava passando por algo e tinha um álbum
para esse momento, geralmente um álbum da Fionna Apple, para me ajudar a lidar
com o que fosse.
Por sinal, ela acabou de lançar um álbum incrível.
Sim, estou sabendo. É incrível, é muito bom, eu amo.
Estamos saindo do assunto. É algo que você se inspira a fazer? Porque o sentido
criativo dela, eu não chamaria de música POP, com toda certeza.
Certo. Quero dizer são músicas incríveis, independentemente
de serem POP. Eu escuto todo tipo de música, POP, R&B, Hip-Hop ou Folk, sabe?
Todos os tipos. Eu acho que a música é tão poderosa, como qualquer arte, mas
música especialmente, tem algo no áudio que realmente cura as pessoas, as
frequências, sabe? Podem realmente conectar as pessoas. Como eu já comentei, desde
que eu tinha quatorze anos, o meu objetivo e meu propósito era usar a música
como uma ferramenta para cura.
Sim. Você, falando nas músicas, os assuntos das
músicas, é uma coisa, mas músicas de diversas formas escondem o tópico, há uma
energia, que ilumina a música, mesmo havendo escuridão.
Certo.
E eu me pergunto se para você, isso é algo intencional,
criar essa tensão, perante o conteúdo lírico e a música que o cerca?
Eu acho que objetivo é o contraste. Eu sempre gostei de
artes que fossem meio que, sei lá, em camadas, sabe? Tem toda essa profundeza e
significado e tem... Se você conhece o trabalho do Mark Ryden, ou sei lá, todas
essas pessoas que têm uma imagem que é tão bonita e tão nostálgica, tão cheia de
cores vivas e que te fazem se sentir aquecido e feliz, mas o tema do trabalho geralmente
é algo sério pesado ou obscuro, eu amo esse contraste. E eu acho que isso é
algo que eu sempre tento conseguir fazer quando estou compondo músicas, sempre
ter contraste, fazer algo em camadas, ter certeza de que há níveis dentro
disso, sabe?
Sim, você estava falando sobre usar a música como uma
ferramenta para ajudar as pessoas a se curarem, mas muito do que você está
fazendo nesse processo, na verdade é realmente expor muito de si mesma.
Sim.
De um jeito de ser bastante vulnerável. Por quê? Por que
dar tanto de si neste sentido?
Eu acho que isso é importante. Entende o que eu quero
dizer? Para mim, pessoalmente, apenas me expresso através da música, enquanto
também uso ela como uma ferramenta para ajudar as pessoas a se curarem. Acho
que a minha prioridade é sempre de ajudar a me curar, expressando minhas
emoções, seja eu estando extremamente feliz, ou extremamente triste, ou muito
brava, sabe? Eu espero que todas essas emoções sendo colocadas no papel ajudem
outras pessoas a se sentirem melhor, assim como me ajuda.
Todos nós temos um filtro interno. Um tipo de cão de
vigia.
Sim, Sim.
Você tem que batalhar com essa limitação? Para decidir
o que é apropriado e o que talvez não seja de compartilhar?
Eu acho que com a música, não penso sobre isso, sabe? Eu
realmente não levanto essa barreira quando eu compondo. Quando estou criando a
música, é o momento em que tudo está livre, eu posso me expressar de uma forma
mais completa, sem limitações. Então eu acho que é muito importante dar tudo de
si quando você está criando, pelo menos pra mim, pessoalmente.
Sim. Sabe, ao contar a sua história... ao contar essa história,
você também está contando a história de outras pessoas, ouvintes, o quão
importante é a ideia da empatia para você?
Eu acho que é muito importante. Ser capaz de sentir
empatia com outras pessoas e de entender; se colocar no lugar do outro, de
entender que... assim como tudo na vida a comunicação é importante, são esses
tópicos generalizados que são de extrema importância para os seres vivos
compreenderem e exercerem. É isso.
Você fez o álbum com o Michael Keenan.
Sim.
Como ele te ajudou a alcançar a sua visão?
Ele é incrível, ele é muito bom com... eu acho que trabalhar
com pessoas é muito difícil para mim. Isso depende com quem eu estou
trabalhando. Sinto que é importante ter certeza que você tem um espaço no qual
se você dá uma ideia e a outra pessoa vai levar isso em consideração e não
simplesmente jogar tudo fora, porque "pessoas de treze anos vão ouvir
isso", sabe? Eu acho que muitos produtores fazem isso e é por esse motivo
que é muito difícil para eu trabalhar com certas pessoas. As pessoas focam
tanto em escrever hits ou tipo "isso tem que alcançar o TOP 40" ou
sei lá, que acabam fazendo tudo parecer tão morto, faz parecer tão estéril, não
tem uma vida criativa naquele momento, sabe? Então eu acho que é importante
encontrar pessoas como o Mikey para trabalhar, ter uma percepção diferente, ser
capaz de abrir a mente e abranger mais tópicos para falar dentro da música.
Ao seu ver, essa é a chave para uma colaboração? Ter
alguém que igualmente tem uma mente aberta igual a sua?
Sim, eu acho que é importante, mas também tem a vibe,
acho que tem algo na vibe entre as pessoas que estão trabalhando num projeto
criativo; seja dançar... Um coreógrafo e a pessoa que está trabalhando na dança
com ele por exemplo; é importante que tenha essa vibe e ela estava lá comigo e
com o Mikey, então funciona.
Sim. O quanto sonoramente o K-12 é diferente do Cry
Baby?
Eu acho que é mais maduro e também, no íntimo, eu
acredito que há mais de uma dinâmica do começo do álbum até o fim. Eu sinto
como se houvesse esse arco, o qual cresce e se torna um outro lugar, onde você
sente que você está de fato, crescendo com o personagem. O que era o objetivo.
Então...
Você gosta de estar no estúdio, mexer nos
sons e brincar com os efeitos e todo esse tipo de coisa. Isso é algo que você
gosta?
Isso me deixa muito
feliz, eu amo criar em geral, mesmo que seja uma pintura em spray, me deixa
muito feliz.
Quando você está
compondo e gravando, trabalhando no estúdio, você prefere trabalhar rápido? Ou
você meio que vai dar duro em cima de algo, até ter exatamente o que...
Sim, eu demoro um pouco na verdade, eu geralmente não
termino uma música em... As pessoas dizem "Eu compus essa música em quinze
minutos.", eu não sou uma dessas pessoas. Eu demoro muito, eu amo demorar
um tempão, porque gosto de aperfeiçoar e tornar o mais próximo da ideia que
tenho em minha cabeça, é assim com todo o resto também, na criação do filme e
coisas desse tipo, você quer que a ideia chegue o mais próximo daquilo que você
vê em sua cabeça.
A maior parte destes ajustes é sonoro? Ou você toma o
seu tempo com a letra também?
É mais sonoro, geralmente eu tenho dificuldade em
voltar pra uma música a qual eu já escrevi, se eu penso tipo "Ah, eu não
gostei muito desse refrão." fica difícil para eu voltar e tentar
reescrever. É mais sonoro, eu vou criar a letra e a melodia no primeiro dia, até
mesmo a gravar, eu não gosto de regravar ou voltar. Geralmente eu fico com a
primeira gravação do primeiro dia que eu compus.
Sabe, a gente estava falando desses tópicos e em que
essas músicas focam. Pra você o que começa uma música? É o assunto? É uma
letra? Um título? Uma melodia?
Sim, geralmente são títulos, eu tenho uma lista de
títulos. Toda vez que eu tenho um tema... se eu decidir "Esse é o tema do
álbum.", então vou pro iPad ou papel e caneta e escrevo um milhão de
títulos toda vez que eu penso em algo. Quando estou no estúdio e estamos
trabalhando, escuto uma produção que o Mikey fez ou de outra pessoa que eu
esteja trabalhando; encontramos um som bom, eu começo com isso e uma vez que eu
encontro algo dentro disso, eu penso "Beleza, essa sonoridade lembra o quê?",
"Qual o sentimento disso?", "Qual história eu quero contar com
esse áudio... com essa música?", então eu olho na lista e escolho um
título que se encaixe melhor, e eu trabalho com ele, e se não me levar a lugar
nenhum ou eu não gosto, eu paro e começo tudo de novo com um título novo, ou um
tema diferente.
Se eu entendi direito, quando o álbum estava
pronto você começou a escrever o filme.
Isso.
Então, por que fazer um filme de longa-metragem, invés
de uma série de vídeos para as músicas?
Acredito que seja porque eu já fiz isso para o primeiro
álbum, trabalhei muito duro para ter certeza de que iria conseguir continuar a
fazer clipes para álbum, já que realmente queria gravar um clipe para cada
música. Então quando fiz isso para aquele álbum, eu me toquei que o meu sonho
era na verdade conectar os vídeos e fazer esse filme. Então eu cheguei a conclusão:
por que eu não faço isso? E foi assim que o K-12 surgiu.
Você sabia naquele momento, quando você começou a
escrever o enquadramento conceitual que acabaria se tornando um filme de longa-metragem?
Não. Eu escrevia
as músicas e pensava "Eu consigo ver um clipe para essa música." ou
"Eu consigo imaginar uma pequena peça visual para isso.", estava preenchendo
os pedaços visuais enquanto escrevia a música; eu colocava um novo pedaço de
informação para o que queria colocar no visual. E no final eu pensava "Realmente
sinto que eu poderia contar uma história mais clara, do começo ao fim e ter o mundo
da Cry Baby expandido.", entende? Então eu pensei que o melhor jeito de
fazer isso era gravar um filme. Eu conversei com a Julie da Atlantic Records, a
gente conversou sobre as minhas ideias e ela me deu seu completo apoio. Eu sou
muito agradecida, porque é muito incomum uma gravadora apoiar os artistas com
suas paixões, especialmente com algo novo pra eles, sabe? Eles nunca fizeram
isso antes, então foi definitivamente uma experiência de primeira vez para
todos nós.
E falando de experiências de primeiras vezes, me conte
sobre algum dos desafios de transformar essas ideias musicais em um formato de filme.
Porque você estava falando sobre como você pode passar incontáveis horas,
ajeitando coisas no estúdio, como foi esse processo? Como foi o processo de
escrita?
Foi muito interessante, como eu já disse, essa parte já
estava em minha mente, então eu sabia, eu sabia o tipo de locação que eu queria
em "Nurse's Office", ou... sabe? Diferentes coisas ou qual tipo de
estilo de dança vocês veriam, sabe? Ou o que estava acontecendo na história,
diferentes peças as quais eu já tinha montado. Eu comecei fazendo uma lista de
cenas, porque eu não sabia como escrever um roteiro. Aqui vai uma dica para
quem quer que seja e queira escrever um filme, apenas escreva, apenas faça, comece,
se expresse. Eu literalmente abri o Excel, escrevi uma lista de cenas do começo
ao fim do filme, e também marquei o minuto das músicas no filme. Havia muito
mais em etapas e muito mais cenas, antes de ter que cortar diversas cenas
devido ao orçamento, mas como eu disse, se você tem vontade de fazer um filme,
apenas faça, não pense "Eu não sei como passar para o papel", no Youtube
há tutoriais, assista, há muito por lá. É isso.
E igualmente incrível, você foi a diretora.
Sim.
Eu sei que você já deve saber disso, o diretor é a voz
atuante em um set de filmagens, é o diretor que diz qual e a sua visão para
todo mundo. Você naturalmente se sentiu confortável ao tomar essa posição?
Não, definitivamente demorei um tempo para empenhar
essa posição, eu dirigi os clipes do Cry Baby, e isso era uma coisa, mas para
fazer uma gravação de trinta e um dias em um país diferente e dirigir uma
equipe inteira de pessoas, todos os dias, e acordar as duas meia da manhã, para
te maquiarem e fazerem o seu cabelo e depois dirigir estando com o cabelo e
maquiagem feita, eu tinha que estar em diferentes lugares ao mesmo tempo, isso
foi, definitivamente, uma grande e estressante responsabilidade. Mas eu sou tão grata de
ter tido a oportunidade de fazer isso, e eu estou ansiosa para continuar a
fazer mais.
Há diretores cinematográficos que você admira?
Eu amo tantos filmes, porém não conheço muito diretores
cinematográficos, mas eu amo os filmes do Tim Burton, amo os filmes do Wes
Anderson, amo as pessoas que têm uma estética limpa na qual você vê uma cena,
você sabe do porquê ela está ali, entende? Eu tenho assistido a alguns filmes
ultimamente, mas eu não conheço muitos diretores. E eu vou falar só desses dois,
porque eles sãos os meus favoritos.
Sim, eu entendo,
está tudo bem. Sabe, voltando as gravações, se você é um cantor e está gravando
uma música no estúdio, algumas vezes, você vai ter um produtor que vai te dar
um feedback, você sabe que esse relacionamento é muito importante e vai
promover um trabalho melhor. Como a diretora do filme, a quem você procurava
pra te dar um feedback?
De verdade, qualquer pessoa com a qual eu estava
trabalhando. Como, por exemplo, os produtores; eu tinha um codiretor, ele era
incrível, esteve comigo até a metade do filme. Tinham muitas pessoas ao me
redor, pessoas incríveis, brilhantes que me ajudaram muito, eu também tenho uma
ótima família e amigos, eu sempre posso contar com eles para me ajudar sempre
que eu preciso de alguém pra ouvir as minhas ideias e coisas do tipo. Eu tive
sorte quando se trata das pessoas que estão ao me redor. É isso.
Eu li algo incrível e você vai ter que me confirmar
isso para mim. Você tinha planos significantes e infelizmente teve que pausar
esses planos para a sua turnê, que era uma representação visual ao vivo do
filme e do álbum. E eu li sobre a sua intenção de dar mais realidade para a
experiência ao recriar o cheiro das laranjas...
Ah sim, tem tudo isso.
para "Orange Juice". Certo, você tem que me
contar sobre isso.
Então, na verdade, fizemos isso para a turnê, nós nos apresentamos
nos Estados Unidos e em alguns lugares da Europa também, mas não conseguimos...
bem, ainda não sabemos se vamos poder continuar com turnê, não é uma boa ideia
continuar agora.
(Atualização: Melanie anunciou, pelas redes sociais, um dia após essa entrevista que não fará shows da turnê esse ano, 2020. Há previsão de volta para 2021.)
(Atualização: Melanie anunciou, pelas redes sociais, um dia após essa entrevista que não fará shows da turnê esse ano, 2020. Há previsão de volta para 2021.)
Pois é, talvez seja difícil.
Sim. É isso, nós tínhamos máquinas de aromas, tínhamos
algumas dessas máquinas, e também tínhamos diversos cheiros para usarmos.
Queríamos tornar a experiência mais real, sabe? Eu não fui a muitos shows na
adolescência, porque eu sou muito introvertida e acho que muito de meus fãs são
assim também. Então significa muito pra mim, o fato deles esperarem em filas, e
ficarem em áreas com multidões, muitos deles têm... bom, eu acho que isso é
muito valente da parte deles, então eu quero fazer o melhor show possível para
as pessoas que estão indo vê-lo. Eu tentei incorporar diferentes elementos como
esse, no começo eu queria fazer coisas ainda mais imersivas, como dar insetos
de plástico para a platéia jogar no vidro em "Detention", esse
tipo de coisa, mas não conseguimos arranjar um jeito de fazer isso, porque queríamos
tornar os insetos reutilizáveis, para que pudéssemos os utilizar todas as
noites, então decidimos os entregar apenas para os dançarinos. Coisinhas assim. Tinha essas aulinhas que apareciam nos telões no
intervalo entre as músicas, assim eu ganhava tempo para ir nos bastidores e
trocar de roupa, então enquanto eu me trocava, os fãs ouviam a aula dessa
professora substituta do mundo do K-12 e ela dá diferentes lições que se
intercalam com cada música, como em "Class Fight"... depois de “Class
Fight”, ela fala para eles o quão importante é colocar a boa convivência a cima
da competição, porque competição é algo negativo que estamos condicionados a
acreditar que nos torna melhor, porque acreditamos que a produtividade nos faz
melhor, sabe? Essas coisas diferentes. A ideia é quebrar esses tipos de
condicionamentos e ensinar as pessoas verem eles mesmos e aos outros com olhos
repletos de amor. Nós apenas queremos... voltando ao assunto de antes, empatia
e esses tipos de coisa, as quais vale a pena falarmos, é importante ensinar
isso, especialmente, para os fãs mais novos que estão na plateia.
Você estava falando sobre fazer músicas que ajudam as
pessoas a se curarem, que você é introvertida.
Sim.
Sabe, eu me pergunto sobre quando você estava
crescendo, a música de que te ajudou a se curar? Na música de quem você buscava
consolo?
Eu amo a Regina Specktor, Coco Rosie, Fiona Apple,
tantas pessoas.
O que você ouvia nestes artistas?
Basicamente, o jeito que elas contam histórias, de um
jeito tão forte, serem capazes de... quero dizer, artistas diferentes
providenciam diferentes inspirações, como a Fionna Apple, só pra citar ela de
novo.
Claro.
Ela é uma ótima contadora de histórias, mas algo que me
atraiu nela, foi o fato de que a música dela parece uma conversa, como se fosse
algo que você fosse falar pra alguém, e ela fala de uma forma tão perfeita, é
surpreendente para mim. Eu, honestamente, não sei como ela consegue. Mas é isso,
esse tipo de música é tão real, crua e genuína, você consegue sentir que veio
das profundezas da pessoa, esse é o tipo de música que faz eu me sentir curada.
De novo, nós estávamos falando sobre isso no começo,
que você já está trabalhando em um novo material e eu li algo que dizia que
você já tem os próximos dois álbuns planejados.
Sim, mas quando eu digo isso, o que eu quero dizer é que eu sei qual serão os conceitos por trás deles. Eles não estão prontos, mas
eu sei o conceito.
Certo.
Então, o conceito é... Na verdade eu já estou na 48ª
página do roteiro do meu próximo filme, então, é nesse ponto que estou agora.
Eu estou começando pelos rascunhos finais, assim não preciso passar por todo
aquele processo.
Fico feliz por você. Alguma dica de como a Cry Baby vai
evoluir?
Ela evolui, essa é a dica. Isso é tudo que eu posso
contar, se eu falar mais, vai entregar tudo, então eu apenas vou dizer que a Cry
Baby se transforma, cresce e evolui, e é isso.
Tudo bem, justo. Vamos esperar o próximo álbum e filme.
Vamos para a última pergunta, já que falamos de evolução. Como você evoluiu como artista e compositora?
Eu sinto que evoluí em diversos aspectos, mas quando
você cresce como pessoa, você ganha muito conhecimento, seja lá o que você está
aprendendo, seja lendo livros ou vivenciando, que é o melhor jeito de aprender
as coisas. Sei lá, a minha vida tem mudado tanto, mas ao mesmo tempo não muito,
eu ainda estou aprendendo a, meio que, entrar em contato com a versão de quatorze
anos de mim com mais frequência. Acho que há um espaço ou lugar no tempo no
qual eu não estava em contato com a minha criança interior e eu sinto que
agora, que eu fiz vinte e cinco anos, estou em mais sintonia com a minha
criança interna e o meu “eu” criativo. Eu não sei como descrever isso, mas realmente
sinto um senso de mudança dentro de mim, vai refletir em minha música e no
álbum que as pessoas vão em breve conhecer.
Fantástico, bom, estamos ansiosos para esse momento.
Que demais.
O álbum e filme atual se chamam K-12. Nós mal podemos
esperar para te ver, assim que sairmos dessa prisão, estamos ansiosos pra te
ver sair em turnê. Melanie Martinez, muito obrigado por se juntar a nós hoje.
Muito obrigada."
.
Tradução por: Chris, Carlos, Kennedy, Maria Clara, Itala.
Revisão: Isa.
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